IPCA de abril ficou em linha com as expectativas do Safra

Depois do desvio de quase 30 pontos base entre a mediana de projeções do mercado e o resultado efetivo do IPCA de março, a leitura de abril veio mais alinhada com as expectativas.

A variação de 1,06% na comparação mensal ficou um pouco acima do consenso de mercado (de 1,01%) e em linha com a nossa projeção (de 1,04%).

No acumulado em 12 meses, o índice subiu 12,13%, o ponto mais alto desde 2003. A abertura do indicador mostrou uma composição desfavorável. Puxados pela alta de produtos de higiene pessoal, componente com comportamento bastante volátil, os núcleos de inflação mais acompanhados pelo Banco Central do Brasil vieram acima do esperado, acelerando na métrica de média móvel de 3 meses anualizada.

Os índices de difusão, que medem a quantidade de itens com variação positiva de preço no mês, também subiram em abril, alcançando o maior patamar do período recente.

ipca safra

Por outro lado, houve uma alta menor do que a esperada para o conjunto de combustíveis, confirmando a tese de um repasse antecipado dos reajustes promovidos em março deste ano.

Por fim, a inflação de alimentos veio sem grandes surpresas, apesar de seguir em patamar elevado. Olhando à frente, devemos ter uma inflação mais contida em maio.

Alguns fatores tendem a ajudar o arrefecimento, dentre eles a dissipação dos impactos dos reajustes de combustíveis e de medicamentos, os efeitos deflacionários da mudança de bandeira tarifária de energia elétrica e a melhora na inflação de alimentos, como indicado por coletas diárias de preço.

Para junho, contudo, podemos ter um novo pico da inflação interanual, que pode ultrapassar 12,30% caso haja um novo reajuste de combustíveis até o começo do próximo mês.

Com a defasagem entre preço doméstico e internacional para a gasolina acima de 20%, há espaço para um aumento significativo nos preços locais, com potencial impacto inflacionário superior a 50 pontos base no IPCA.

Com o intuito de contribuir para a contenção da escalada de preços, foram lançadas medidas de isenção de impostos recentemente. Produtos alimentícios como açúcar, óleo de soja, café, macarrão, carnes, milho e farinha de trigo tiveram a alíquota de imposto de importação zerada.

Numa outra frente, o imposto sobre produtos industrializados foi reduzido para uma gama grande de bens, incluindo eletrônicos e automóveis.

Para a primeira leva de medidas, acreditamos que o alívio inflacionário será bastante limitado, uma vez que a maioria dos produtos tem baixa importância na pauta de importações do país.

Já para os produtos industrializados, os resultados de inflação até agora têm mostrado pouco repasse da redução de impostos para preços finais. Provavelmente o alívio do lado tributário foi mais do que compensado por outras pressões altistas nos preços, de forma que o preço final teve pouco espaço para cair.

De uma maneira geral, a inflação segue alta, bem acima da meta, e difusa. O resultado de abril, apesar de ter mostrado uma surpresa menor, continua em patamar elevado e sustenta a continuidade do ciclo de aperto monetário em junho.

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Seja bem vindo(a) a esse novo mundo.

Um abraço

Time Strike Invest