Conheça os fundos multimercados e long short que mais renderam no ano até o 3º trimestre

Em um ano de aversão ao risco, os fundos multimercados acumularam uma fuga de R$ 79,7 bilhões no ano até o fim do terceiro trimestre, mas continuaram com bom desempenho. Eles compram ações, commodities, juros e moedas, no Brasil e no exterior, e apostam em altas e baixas dos ativos por meio de operações arriscadas. Assim, independem da direção dos mercados para andar bem.

Alguns produtos alcançaram impressionantes rendimentos de até 54% nos primeiros nove meses do ano, conforme um estudo feito por Marcelo d´Agosto, consultor financeiro e blogueiro do Valor Investe, com base em dados da plataforma Morningstar.

É bastante em comparação ao Índice de Hedge Funds Anbima (IHFA), indicador de referência dos fundos multimercados, que acumulou alta de 15% nesse intervalo, e ao CDI, indicador de referência para avaliar a performance desses produtos, que avançou 9% no mesmo período.

Contudo, os fundos multimercados mais rentáveis são como montanhas-russas: atravessam altas e baixas aceleradamente. Alguns deles tiveram perdas em setembro, por exemplo. Assim, eles são aconselhados apenas para investidores com objetivos de longo prazo e com perfil mais arrojado.

Os produtos da lista têm histórico de pelo menos 12 meses, são distribuídos por bancos e plataformas de investimento e estão efetivamente disponíveis para os investidores. Fundos espelhos, que espelham outros fundos de investimentos, foram excluídos do ranking.

Os gestores que caminharam bem apostaram na alta de juros em economias grandes para combater a inflação e na consequente baixa das bolsas dos Estados Unidos. Agora, eles buscam estratégias novas para continuar se destacando. Uma delas é apostar na baixa de juros em países que aumentaram juros antes para conter os preços, como o Brasil. Alguns gestores já começaram a fazer isso e outros ainda não.

Em sua carta de setembro, a gestora SPX Capital, criada por Rogério Xavier, afirma que está apostando na alta de juros em economias atrasadas, mas também na baixa de juros em países mais avançados, onde acredita que o próximo movimento grande será de diminuição de juros, como o Brasil.

A casa é dona do SPX Raptor, um dos fundos multimercados brasileiros mais longevos e rentáveis da história e o mais rentável no ano até o fim do terceiro trimestre, após alcançar rendimento de 54% nesse intervalo. A gestora ainda é dona do SPX Nimitz, que atingiu rendimento de 29% no mesmo período.

A SPX Capital ainda diz que continua apostando na baixa das bolsas nos Estados Unidos e na Europa e na alta do dólar. Além disso, a casa manteve a aposta na baixa de títulos de crédito privado e começou a apostar na baixa de metais industriais e preciosos.

A gestora Exploritas conseguiu ir bem nos primeiros nove meses do ano apostando na alta de juros americanos e na alta do real contra o dólar. A casa é dona do Exploritas Alpha, também entre os fundos multimercados com maior rendimento nos primeiros nove meses do ano, de 30%.

Agora, além dessas apostas, a gestora está bastante diversificada, comprada em ações brasileiras, títulos atrelados à inflação, títulos de crédito corporativo americanos e ativos parecidos com fundos imobiliários no México

A gestora do banco Safra, dona do Safra Galileo, que rendeu 28% no mesmo intervalo, ganhou dinheiro nesse período apostando na alta de juros americanos, na queda das bolsas dos Estados Unidos e na alta do dólar contra o euro. Essas apostas continuam.

A casa ainda não está apostando na baixa de juros no Brasil e está aguardando a inflação dos EUA começar a cair para comprar ações brasileiras com força. “Não dá para apostar na diminuição de juros aqui enquanto a inflação americana não estiver resolvida”, afirma Ricardo Negreiros, diretor da gestora do banco Safra.

Fundos long short

Os fundos multimercados da classe long short, que compram uma ação e vendem outra ao mesmo tempo, alcançaram rendimentos abaixo dos multimercados clássicos no ano até o fim do terceiro trimestre, de até 24%. Ainda assim, é um bom desempenho em comparação aos 9% do CDI.

Nessa modalidade de produto, os gestores escolhem pares de papéis, que podem depender do mesmo cenário ou ser do mesmo setor, por exemplo. As ações compradas tendem a se comportar de forma parecida às vendidas, mas não igual. Os gestores esperam que os papéis comprados avancem mais do que os vendidos e eles ganhem com essa diferença.

Cada fundo long short tem uma estratégia bem diferente do outro. A gestora Ibiuna, criadora do fundo long short mais rentável dos primeiros nove meses do ano, o Ibiuna L&S STLS, continua comprada em companhias de valor, aquelas empresas consolidadas, mais protegidas contra crises, mas que estão sendo negociadas com desconto. Na carteira, estão papéis como Petrobras, Itaú e BB Seguridade, além de Auren e Localiza.

A ideia é seguir com uma carteira defensiva para atravessar o cenário incerto à frente, diante do aumento de juros nas economias desenvolvidas e da chance de recessão global, além da incerteza do que acontecerá com o Brasil após a eleição.

Na análise de Lion, as companhias de crescimento, aquelas que têm parte do seu valor na expectativa de futuro, ainda vão demorar bastante tempo para voltar a serem atrativas. “Comprar as ações simplesmente porque elas caíram não faz o menor sentido, especialmente com o custo de capital mais alto para as empresas”, afirma. “Elas ainda vão sofrer muito. Eu não enxergo uma mudança radical nos próximos meses”, diz.

O fundo continua com uma grande posição em Petrobras. “Estamos ouvindo há um ano que a companhia vai sofrer se o Lula ganhar a eleição, mas o quanto isso já está embutido nos preços ou vai impactar a empresa de fato? Esperamos que ela continue gerando o mesmo nível de resultado”, afirma.

Para compensar o risco de baixa no preço do petróleo caso o mundo entre em recessão e o consequente impacto no caixa Petrobras, a casa está apostando na queda de um ETF (fundo negociado em bolsa que acompanha um indicador de mercado) de companhias americanas de petróleo.

A gestora do banco BTG, dona do segundo fundo long short mais rentável no mesmo intervalo, o BTG Absoluto LS, também começou o ano com expectativa bastante negativa para os ativos de risco em geral, mas agora está mais otimista. A casa apostou na baixa das bolsas americanas e europeias para se defender do ambiente externo, mas cortou essa aposta pela metade.

No Brasil, a gestora estava comprada em ações de companhias produtoras de petróleo, como Petrobras, PetroRio e Petrorecôncavo, para aproveitar a alta do preço da commodity. Estavam na carteira, ainda, papéis de empresas de consumo mais essencial, como Assaí, e de energia, como Equatorial, Eneva e Eletrobras.

O crescimento da economia surpreendeu para cima, os dados de inflação estão melhores, o Banco Central parou de aumentar juros e a bolsa brasileira, ao contrário da americana, está barata, afirma Henrique. A gestora aumentou a exposição especialmente a bancos, como Itaú, e companhias do setor doméstico, como Assaí.

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